A partir da segunda metade do séc. XVII e até aos inícios do séc. XX, a Inglaterra foi a potência mundial com mais esplendor económico, o centro da Economia Mundo. Inúmeras condições, a todos os níveis, resultaram na sua superioridade perante os outros países. Era, sem margem para dúvidas, a nação com mais prosperidade económica, devido ao sector agrícola, industrial, comercial, bancário, entre outros. Durante os próximos posts falaremos das razões que ditaram a sua íncrivel Hegemonia.
Em primeiro lugar, existiram os progressos agrícolas - Revolução Agrícola. Se em países como a França existia somente a política mercantilista e a agricultura era esquecida, na Inglaterra aparecia uma nova teoria económica, o Fisiocratismo. Este engrandecia a agricultura, considerando-a a base económica das nações. No século XVII e XVIII, em países como a Inglaterra e a Holanda surgiram novas técnicas e novos instrumentos agrícolas, o que impulsionou a revolução que traria importantes consequências para o crescimento demográfico e para o comércio. Esta revolução começou na Inglaterra, onde os senhores das terras que possuíam extensas propriedades – os landlords – iniciaram um conjunto de mudanças proveitosas para o desenvolvimento da agricultura inglesa. A nobreza rural alargou ainda mais as suas propriedades, através de terras comunais ou da compra a pequenos proprietários que se encontravam na falência sendo estas exploradas para o trabalho agrícola ou para a criação de gado. Os denominados openfields (campos abertos, sem vedações, ainda com a técnica do pousio) passaram a enclosures (campos fechados, com vedações, sem pousio). Apareceram novas técnicas agrícolas e métodos de cultivo inovadores, como o afolhamento trienal ou quadrienal, que evitava o pousio e renovava a terra, alternando as colheitas de cereais com as de leguminosas e também cultivando as plantas forrageiras como o nabo e o trevo. Outra inovação foi a drenagem de campos. Os dito cujos eram drenados através de calcário ou argila, que os secava, nascendo dos antigos pântanos terras férteis propicias à agricultura. Também bosques e florestas foram dizimados para serem utilizados como terrenos agrícolas. Introduziram-se novas culturas, passando-se a fazer a selecção de sementes e das cabeças de gado. A criação de gado era essencial nas novas praticas agrícolas. Como não existiam adubos químicos, o estrume dos animais era o fertilizante mais utilizado. Serviam também para o comércio a sua carne, o seu pelo e o seu leite. Alimentavam-se das forragens de nabo, feno, trevo, entre outras culturas. As forragens eram cultivadas essencialmente para aproveitar os solos e para alimentar os animais. Outra inovação foi o cruzamento dos animais reprodutores mais fortes para assim originar cabeças de gado mais resistentes. A introdução da maquinaria na agricultura foi essencial para todo este progresso. Os instrumentos, anteriormente elaborados a partir da madeira, passavam agora a ser feitos de ferro, o que os tornava mais resistentes e mais facilmente manobráveis. Também novas máquinas foram introduzidas como a máquina de debulhar.
Como conseguimos perceber, a Revolução Agrícola está inteiramente relacionada com a Revolução Industrial, que abordaremos mais à frente. Toda esta maquinaria existente levava a que o número de mão-de-obra necessário diminuísse, o que resultava no êxodo rural. A população havia aumentado em larga escala e como a mecanização dominava agora o sector agrícola, as pessoas dirigiam-se para as cidades, à procura de trabalho. A Revolução Agrícola levou a um aumento considerável da produção, originando assim um Crescimento Demográfico. Existiam mais produtos agrícolas devido às novas técnicas, logo, existia mais abundância e consequentemente maior poder de compra por parte da população, devido à descida dos preços. Os corpos tornavam-se mais resistentes às doenças e a mortalidade diminuía. Contudo, a natalidade continuava alta, o que causava um crescimento demográfico considerável. Como referimos anteriormente, sem dúvida que esta revolução se apoiou na Revolução Industrial e vice-versa. Explicaremos a mesma no próximo post.
Obrigado pelo texto! Você poderia fornecer alguma fonte? Um abraço!
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