domingo, 20 de março de 2011

Hegemonia Inglesa - Revolução Industrial

Revolução Industrial

Outro dos factores que contribui em larga escala para a hegemonia inglesa foi a Revolução Industrial. Esta revolução iniciou-se em Inglaterra na segunda metade do século XVIII devido a inúmeros factores, influenciando a Revolução Agrícola, abordada anteriormente. Em primeiro lugar, o país inglês detinha ricos depósitos de ferro, carvão e água, o que se demonstrou essencial. Também as colónias eram ricas em matérias-primas, destacando-se nomeadamente a importância do algodão. Outros factores existentes foram as condições políticas – Parlamentarismo e preponderância da burguesia industrial –, as condições sociais, as condições económicas e as condições tecnológicas. Os landlords, por exemplo, utilizaram os lucros provenientes da agricultura para investir na Indústria. As indústrias impulsionadoras desta revolução foram a têxtil e a metalúrgica.


No sector têxtil, no passado, as técnicas antigas eram a fiação tradicional, a roda de fiar e a tecelagem manual. Embora os produtos fossem de maior qualidade, eram escassos em número devido ao trabalho que proporcionavam. Em 1760 surgem então novas máquinas, sendo a água a sua fonte de energia - energia hidráulica. Surgiram assim a spinning-jenny, a water-frame e os teares mecânicos. O sector algodoeiro foi um dos grandes impulsionadores da Revolução Industrial dentro da indústria têxtil. O aumento da sua procura e a abundância levaram a progressos. Devido à simplicidade das primeiras máquinas têxteis, surgiram pequenas empresas que rapidamente cresceram devido aos lucros elevados. A metalurgia também se revelou extremamente necessária para o desenvolvimento deste sector, pois fornecia as máquinas e os outros equipamentos, logo era indispensável. Nesta indústria a mais importante inovação foi o da utilização do ferro, que substitui rapidamente os outros materiais devido à sua resistência. A metalurgia era o mais importante sector industrial, ultrapassando assim o têxtil.Outro importante desenvolvimento foi o aparecimento da máquina a vapor, idealizada pelo engenheiro escocês James Watt. Com o aparecimento desta energia, a primeira artificial de sempre, transformações ocorreram no sector industrial e dos transportes. Tanto servia para mover máquinas industriais, como era muito importante para os meios de transporte. Uma máquina vapor realizava o trabalho de vários homens, fazia com que fosse possível as viagens serem mais rápidas, económicas e seguras, e a mercadoria transportada podia ser em maior número e mais pesada. A maquinofactura substituíra assim a manufactura. Antes praticava-se o Domestic System (manufactura) em que o local de trabalho era a oficina, os trabalhadores eram os artesoes, as fontes de energia eram a água, a força muscular e o vento e os instrumentos usados eram as ferramentas. A produção era pequena mas a qualidade elevada. Após a revolução industrial praticava-se o Factory System (maquinofactura) em que o local de trabalho eram as fábricas, os trabalhadores eram os operários, a principal fonte de energia era a do vapor, conseguida através do carvão e os instrumentos eram as máquinas. A produção era elevada sendo que, à medida que a quantidade aumenta, a qualidade diminuía. Surgiu assim a Burguesia Industrial, uma nova classe extremamente rica, estando no topo da sociedade e da politica.

As "Cidades Industriais" e o Trabalho Fabril

Como resultado da Revolução Industrial – em conjunto com a Agrícola – surgiu também o Êxodo Rural, sendo que os camponeses iam para a cidade à procura de trabalho e melhores condições de vida, o que não acontecia. As pessoas que vinham dos campos habitavam agora em sótãos ou caves deixadas pela burguesia ou outras classes que tinham ascendido socialmente. Essas habitações encontravam-se nas denominadas “Cidades Industriais” onde as condições de vida eram deploráveis e a água e o ar estavam extremamente poluídos pelos fumos e resíduos provenientes das fábricas. As terras eram retalhadas em demasia e as ruas eram estreitas, mal iluminadas pois os edifícios eram altos e não deixavam a luz do sol entrar, não tinham qualquer tipo de pavimentação, eram sujas e escuras, confusas e ruidosas, e também demasiado perigosas, sendo que existia prostituição, bandidagem, mendicidade e alcoolismo. Nas cidades existiam também diversas doenças respiratórias e, a mais grave de todas, a tuberculose. Essas pessoas trabalhavam nas fábricas, sendo que as primeiras tinham más condições e eram muito perigosas, existindo na altura variados acidentes devido a inexperiência perante o uso da maquinaria. Nas fábricas o trabalho era cansativo, existiam más condições de trabalho, poucos intervalos para descansar, podiam acontecer danos físicos permanentes e o trabalho feminino e infantil era pouco renumerado em relação ao masculino. Nesta altura o trabalho das crianças era bem aceite pela população, sendo as mesmas necessárias nas fábricas pois quando alguma máquina avariava, devido à sua pequena estatura, poderiam resolver logo o problema. Era também frenquente serem limpa-chaminés.

A Inglaterra era agora uma potência dominada pela maquinaria, que a revolucionou em relação a muitos factores. Percebe-se assim a célebre frase que foi proferida em relação a toda esta Hegemonia no sector Industrial: “ A Inglaterra é a oficina do mundo.”.

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